Clever Hans: O cavalo inteligente
- introspeccaomutua
- 30 de abr. de 2015
- 2 min de leitura

Hans era um cavalo alemão que viveu no século XX. Seu dono, William von Osten, era um matemático e acreditava que animais também possuíam inteligência. Acreditando nisso William ensinou Hans a fazer contas, nomear pessoas, mostrar as horas entre outras coisas. A resposta era baseada no número de batidas de casco que o cavalo dava, por exemplo: uma pergunta era feita à Hans e ele a respondia batendo o casco da frente um número "x" de vezes correspondente à resposta correta.
Acontece que Hans começa a aprender e, na maioria das vezes, acertava a resposta. Seus erros eram tão não frequentes que as pessoas nem se importavam com elas. Hans começou a ficar famoso, apresentava vários shows e seu nome ficou conhecido na europa e posteriormente mundialmente. Consequentemente, Hans ganhou atenção de diversos cientistas e os mesmos começaram a trabalhar para provar que o show não passava de uma farsa.
Stumpf foi um dos cientistas que tentou provar que Hans era uma farsa, apostou na hipótese de que tudo aquilo não se passava de um truque de seu dono. Stumpf acabou fracassando em tentar desmascarar as habilidades de Hans aumentando ainda mais sua fama, já que agora até a ciência havia aceito suas habilidades como legitima.
Em 1907 Oskar Pfungst com a ajuda de Stumpf novamente tentaram entender como Hans havia aprendido a fazer tudo isso. Algumas coisas foram descobertas nessa nova tentativa de entender, entre elas: Hans somente era capaz de acertar a resposta mantendo contato visual com as pessoas. Se a pessoa que perguntasse não soubesse a resposta, Hans também errava.
Os cientistas chegaram a conclusão de que Hans não sabia de fato as respostas corretas, mas sim observar o nível de tensão das pessoas e acertar por ele. Por exemplo: Fazia-se a pergunta à Hans de quanto seria o resultado de 9-5 e então, quanto mais se aproximasse do 4, mais a tensão das pessoas aumentariam e, assim que chegasse ao 4 diminuiria. O que o cavalo fazia era conseguir captar pistas inconsciente das pessoas, como o levantar de uma sombrancelha, prender a respiração, gestos que aparentemente, não significavam nada e a partir disso parar de bater o casco no momento exato. Mesmo que a capacidade de calcular lhe tenha sido negada, não há dúvidas de que Hans era um cavalo muito inteligente à ponto de perceber tais detalhes.
Estas descobertas também abrem espaço para perguntas como: Até onde os animais e humanos conseguem captar tais gestos? Como isso muda nossas relações?
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